segunda-feira, 2 de abril de 2012

Demóstenes tinha relação de 'quase subserviência' , diz Juventude do DEM

Setor do partido engrossou pedido de explicações a senador democrata. 'Existe uma relação não apenas de amizade' com Cachoeira, disse Sartori.

 

O presidente da Juventude Nacional do DEM, Henrique Sartori, cobrou explicações do senador Demóstenes Torres sobre as denúncias divulgadas contra o parlamentar nas últimas semanas. "Nós não queremos conviver com nenhum tipo de corrupção ou ligação com grupos criminosos ou contravenções ou sei lá o nome que dão a esses 'malfeitos'", disse.
Segundo o presidente da Juventude, as gravações divulgadas no fim de semana demonstraram "relação de quase subserviência" entre Demóstenes e o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal.

"Os diálogos do senador com o Carlinhos Cachoeira, numa relação de quase subserviência, demonstram que existe uma relação não apenas de amizade", disse Sartori.
Na sexta-feira, o grupo divulgou nota em que cobra que o senador dê "rapidamente as devidas explicações ao povo brasileiro". "Esperamos um pronunciamento claro e não declarações insipientes", diz o texto. "Como juventude partidária, não aceitamos arcar com o ônus de comportamentos individuais, equivocados que não representam a postura esperada de qualquer representante do Democratas no Congresso Nacional. Por isso, exigimos do partido que aja de forma rápida e exemplar", diz a nota.
Demóstenes deve se reunir nesta segunda-feira com a cúpula do partido para se explicar sobre as denúncias e tem recebido pressões para renunciar ao mandato. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, é um dos que sugerem ao parlamentar que deixe o mandato.
Sartori disse que a Juventude do partido participa da Executiva Nacional da legenda e que aderiu à pressão pela expulsão do ex-governador do DF, José Roberto Arruda. O político integrava a legenda e foi envolvido no escândalo que ficou conhecido como "Mensalão do DEM". Arruda se licenciou do partido durante as denúncias.
Para o presidente da Juventude, as informações que surgem sobre Demóstenes decepcionaram os militantes e justificariam, sim, a discussão sobre expulsar ou não o senador da legenda. "Nós tínhamos no senador uma grande esperança, uma imagem de moralidade muito grande. O dano que ele tem causado ao partido enseja sim a discussão sobre a permanência dele ou não no partido", diz Sartori.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o senador, afirmou ao "Jornal Nacional" no sábado (31) que vai recorrer ao Supremo, onde o senador está sendo investigado após pedido da Procuradoria Geral da República, para tentar anular a investigação da PF.
Segundo o advogado, por ter foro privilegiado, Demóstenes só poderiam ser gravado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). "Eles gravaram o senador invedidamente, de forma inconstitucional, durante três anos", afirmou Kakay.

Fonte

Nenhum comentário:

Postar um comentário