domingo, 29 de janeiro de 2012

Prefeito chama de "delinquentes" acusados de furtar objetos após desabamento no Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou neste domingo (29) que são "delinquentes" os quatro funcionários da concessionária Porto Novo --responsável pelos serviços públicos na zona portuária-- acusados de furtar pertences das vítimas do desabamento de três prédios no centro da cidade. A tragédia provocou 17 mortes já confirmadas, e deixou outras cinco pessoas desaparecidas.

O representante do governo municipal também anunciou que o local no qual os objetos estão armazenados será vigiado por câmeras de segurança. "Os equipamentos foram instalados para impedir que esta miséria da alma humana revelada em algumas pessoas aconteça novamente. É inacreditável que esses delinquentes tenham sido capazes de mexer no entulho depois de uma tragédia como essa", esbravejou Paes.






Prédios desabam no centro do Rio de Janeiro

Foto- Sepultamento do corpo de uma das vítimas do desabamento dos três prédios no centro do Rio de Janeiro neste sábado (28). Alexandra Alves de Lima, 29 anos, foi sepultada no cemitério Ricardo Albuquerque, na zona norte do Rio de Janeiro Mais Jadson Marques/AE

No sábado (28), uma reportagem do jornal "Folha de São Paulo" mostrou que a falta de controle sobre os escombros retirados do local do desabamento fez com que a zona portuária, para onde estão sendo levados os destroços, fosse palco do desvio de bens das vítimas do desabamento.

Segundo a concessionária, os funcionários foram demitidos, e a prefeitura ordenou que todo o material recolhido passasse a ser levado para um depósito da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), na Baixada Fluminense.

Após visita ao local do desastre, na manhã deste domingo (29), Eduardo Paes afirmou ainda que todos os objetos e documentos serão catalogados por uma empresa a ser contratada. Porém, a devolução dependerá dos possíveis donos, que terão que tomar a iniciativa de entrar em contato com o governo municipal.

De acordo com o prefeito, ainda não há uma definição em relação a quando os possíveis proprietários tenham acesso a esses materiais. Paes ainda vai se reunir com a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, logo que os trabalhos de resgate terminarem.

Algumas pessoas que trabalhavam em escritórios do edifício Liberdade, o primeiro dos três que desabaram na última quarta-feira (25), já se organizam para criar a Associação das Vítimas da Treze de Maio, em referência ao logradouro no qual os prédios estavam localizados.

Segundo as advogadas Simone Argolo Andres e Ana Beliza, associadas do escritório de advocacia Blatter & Galvão, o grupo quer "garantias efetivas do poder público" quanto à conservação de todo o material que for retirado dos escombros.

"A ideia da associação é cobrar inicialmente da prefeitura o resguardo dos documentos e materiais que pertenciam às lojas, cursos e escritórios que funcionavam no prédio e de pessoas que trabalhavam no local. É muito triste, é muito sério, queremos saber quem vai se responsabilizar", diz Simone.

A advogada afirma que os primeiros entulhos retirados do local foram tratados como lixo, "o caminhão entrava, jogava os entulhos em Gramacho, os catadores vinham, pegavam tudo o que era possível para que depois isso fosse aterrado. Daí as autoridades resolveram colocar no ponto zero da Comlurb, onde somente os bombeiros trabalham procurando vítimas e nós não temos acesso", diz.

"Até catadores de papel já pegaram documentos das empresas", finalizou Simone.

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