FOTO: DIVULGAÇÃO
Fotos mostram o presépio antes e depois de serem retirados os elementos, a pedido do padre da cidade
Segundo Mariana Cavalcanti, presidente do Conselho Municipal de Turismo, parte da obra foi removida, por exigência da autoridade católica. O padre teria pedido à prefeitura da cidade que retirasse o presépio, localizado no Largo das Forras, no Centro, alegando que o tal símbolo da paz “era coisa de nazista e que José e Maria estavam despidos”.
O presépio foi montado por artistas plásticos da Oficina de Agosto, após decisão em uma reunião entre o órgão que Mariana preside, a Associação Empresarial, a Secretária de Turismo e o Centro Cultura Yves Alves. “No ano passado, a decoração não estava bacana e convidaram a Oficina para montar o presépio da cidade”, conta.
Após ver que o cenário havia sido mexido sem o conhecimento dos autores, Mariana postou a foto do presépio alterado no Facebook, gerando dezenas de comentários. Muitos dos internautas ficaram revoltados com a alteração, alegando desrespeito aos artistas.
Um dos autores, Antônio Carlos Bech, afirma a intenção do símbolo era a representação da paz. Além disso, segundo ele, José e Maria não estão despidos, mas com a roupa esculpida na própria madeira. Para ele, os artistas deveriam ter sido comunicados sobre a retirada de elementos. “Tudo foi feito com o custo da Oficina. Eles deveriam ter nos procurado e a gente faria algo. Foi meio ‘ditador’”, opina.
Para o católico Daniel Dias, 34, a “cruz de Nero” não poderia estar no mesmo cenário que Jesus. “Comemoramos o nascimento de Cristo e colocaram um símbolo anti-cristão, uma cruz de cabeça para baixo, uma agressão aos cristãos”, disse. O imperador romano seria o idealizador do modelo de cruz com os braços em “V”, que seria o “sinal do cristão quebrado”.
O secretário de Turismo de Tiradentes, Felipe Barbosa, afirmou que a câmara municipal da cidade enviou uma carta à secretaria, reclamando do presépio. “A parte católica da cidade não achou viável o presépio, então trocamos (os elementos), usamos a casinha de sapê e forramos com serragem. Colocamos um presépio 'normal'", disse.
A reportagem tentou entrar em contato com o padre que foi contra o presépio, mas não foi possível localizá-lo.
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